24 julho 2017

despedido

Um ano depois da minha intervenção no Porto Canal o Paulo Rangel foi despedido da Cuatrecasas.

A expressão "mútuo acordo" num caso destes (director) é sempre sinal de despedimento. Foi a entidade empregadora que tomou a iniciativa. Primeiro, chega a acordo com o seu colaborador, pagando-lhe uns milhares de euros para não haver conflito público - em que a sociedade só tem a perder, sobretudo quando o seu colaborador é uma figura pública e tem fácil acesso à comunicação social.

Depois - para que o colaborador não saia humilhado em público -  deixa-se passar algum tempo para dar a ideia de  não haver relação de causa e efeito entre o motivo que deu origem ao despedimento e a sua concretização. E o assunto fica arrumado.

Foi despedido e com razão. Um director não pode expor a reputação de uma sociedade daquela maneira - ainda por cima, uma sociedade multinacional de advocacia -, deixando sair cá para fora um trabalho  que até um estudante  qualificaria como uma "palhaçada jurídica".

E ele devia deixar sair tudo cá para fora sem escrutínio porque raramente lá devia estar - a sua principal actividade é a de político, ainda por cima eurodeputado, uma actividade que se exerce em Bruxelas, não no Porto.

A sociedade Cuatrecasas (ainda representada pelo Paulo Rangel, mais os seus colegas Avides Moreira e Vasco Moura Ramos) apresentou queixa-crime contra mim. Também vou responder pelo crime de "ofensa a pessoa colectiva".

Em suma, vou responder por três crimes, sendo a Acusação, a partir de agora, subscrita e assumida pelo Ministério Público, portanto, pelo Estado português:

-Respondo por dois crimes alegadamente cometidos sobre o Paulo Rangel - injúrias e difamação (agravada, por se tratar de um advogado) - que implicam penas de prisão.
-e ainda por um outro - ofensa a pessoa colectiva - sobre a Cuatrecasas.

Mas que mal fiz eu - não já agora a Deus - mas ao Estado português (*), ou aos portugueses, para que ele me queira meter na prisão?


(*) Estado português:
Legislativo - que mal fiz eu a deputados?
Executivo - que mal fiz eu a governantes ou a administradores públicos?
Judicial - que mal fiz eu a juízes, a magistrados ou a advogados, que mereça prisão?


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