18 fevereiro 2013

Re: símbolo

O sistema monárquico em si mesmo parece ser um factor de equilíbrio dos regimes democráticos que dependem da lógica dos mesmos votos.

Um pilar ainda por cima legitimado pela história que não esteja dependente desse processo parece contribuir para um check-and-balance adicional introduzindo independência e o luxo da visão de longo prazo.

 Em minha opinião, embora devendo abster-se do debate político, deverá até conter alguns poderes próprios de um regime semi-presidencialista.

11 comentários:

JS disse...

Um Presidente da República sem segundo mandato.
Um Presidente da República sem o mais remoto historial de relação com partidos.
Sem estes pecados originais, o Presidente da República poderia ser um genuíno "check-and-balalance".
Mas deveria haver outros.
Deputados de origem não partidária.
Nomeação do topo da hierarquia da Justiça (Procurador e Supremo TJ)por uma AR verdadeiramente representativa ....

José** disse...

Como cidadão, vejo Dom Duarte com simpatia e observo os desenvolvimentos do "Instituto Democracia Portuguesa" com interesse.

Infelizmente, tenho o sentimento que é utópico esperar que a via referendaria permitira a Monarquia.

Eu sinto que é demasiado delicado, demasiado sábio, como meio de conquista do poder máximo.

Se eu pudesse estar errado, seria o primeiro satisfeito.

José** disse...

"Se é para ter Rei então que fale. (...) Deve falar e bem. (...) A seguir pode dizer que quer e vai mandar que se faça uma bandeira nova." Muja.

No fundo do fundo, estou de acordo com o Muja. Agora, se alguém poder explicar como fazer de outra maneira, eu gostaria de saber como.



CN disse...

"Infelizmente, tenho o sentimento que é utópico esperar que a via referendaria permitira a Monarquia."

Então porque proíbe a constituição tal coisa?

Anónimo disse...

Vamos ver se conseguimos entendermos...

...

Os Estados Unidos parece ser uma republica. Lá há um Presidente da República com primeiro ou segundo mandato?.

José Lopes da Silva disse...

O que lixou a menina Reeva foi não ter uma pistola no bolso. Se não, tinha-se safado.

José** disse...

"Então porque proíbe a constituição tal coisa?" CN.

Caro Cn,

Tens razão mas eu penso que não é apenas uma questão de Constituição - o se quiseres, de técnica, de escrituras.

Parece-me que é também uma questão de autoridade natural - de "virilidade".

Dirigir uma empresa o uma associação, é uma coisa. Dirigir uma Nação é outra...

O que ele fez com Timor e tentou fazer com Síria é fantástico mas chegara para vencer Lisboa ?

Mas não te enganas, eu sou o primeiro a querer ser convencido por Dom Duarte.

José** disse...

Pensando um pouco mais, tenho impressão que um poder Judicial reformado, eficaz e mais "objectivo", teria mais impacto sobre a política portuguesa que a simples entronização do Rei. A curto prazo digo bem.

Dito isto, quais são as propostas da IDP nesta matéria ?

muja disse...

Mas quer dizer, o problema aqui não é se Duarte Pio convence alguém.
O resto é tão soez que eu mesmo sem o ouvir tenho poucas dúvidas de que não seja muito melhor em tudo.

Mas que raio, homens que convencem, pela mesma razão, são o que não falta para aí. Agora homens capazes de convencer e com a iniciativa e a vontade de o fazer, é que é coisa mais rara.

E nunca apoiarei nem me subjugarei a nenhum Rei que espere comodamente à lareira que o venham buscar para ocupar a cadeira que acabaram de recuperar para ele, na hora de maior aflição da gente que prentende representar.

Não quero desfazer nas coisas que Duarte Pio tem feito, que até não são de somenos. Mas isso é uma coisa - prestar serviços valorosos à Nação; outra é apresentar-se como seu líder.
Infelizmente, a primeira é tão rara que já damos a segunda quase por adquirida em havendo sinais da primeira.

Um Rei tem de ser forte. Não há como eludir isto. Se não for, não terá a legitimidade que necessita. E um Rei precisa de mais legitimidade que a que é conferida por x papéis assinados de cruz num caixote. Precisa de ter o povo com ele. E, para ser forte, precisa de o parecer. E de o demonstrar por acções e tomadas de posição.

Estou convencido que não há espaço para a moderação e entendimento com esta corja de corruptos apalermados que manda nisto. Pelo que a tomada de posição tem de ser frontalmente contra. Mesmo que seja para se fazerem partidos novos (coisa com que não concordo), o primeiro passo é tomar posição contra estes.

muja disse...

Como raio é que pode um Rei abster-se da política?

Pode abster-se do dia-a-dia governativo. Da gestão corrente dos assuntos do Governo. Mas abster-se da política?

Ora, tudo pode ser objecto e assunto da política. Pelo que, então, o Rei teria que abster-se de tudo.

Para isso, já está lá aquele mumificado cerebral.

muja disse...

E, depois, há que olhar para a história.

Porque é que Salazar não empreendeu esforços para restaurar a monarquia? Que se saiba, não era contra e até seria a favor. Caetano foi fervoroso monárquico nos tempos da Ordem Nova.

Seria interessante saber porquê. E aposto que as razões que os levaram a agir nesse sentido serão relevantes ainda hoje.
E cheira-me que isso tem que ver com o que diz a Zazie no post abaixo sobre o problema não ser o Rei, mas os monárquicos...